O que leva 56 motocicletas, sendo 36 casais mais 20 solos e carro de apoio com reboque, percorrerem por em torno de 985 km de belíssimas paisagens dos Campos de Cima da Serra do Rio Grande do Sul e região serrana de Santa Catarina? Não se esquecendo do essencial apoio da Policia Rodoviária Estadual no trecho do Rio Grande do Sul.
A resposta é o Tour Rio do Rastro, 3ª Edição, realizado pela Via Porto Moto Turismo e sob minha coordenação, Jerre Rocha.
Mas vamos ao relato de dois dias de emoções:
Pontualmente às 08h30min saímos da filial Via Porto São Leopoldo rumo a primeira parte do trajeto que terminaria na cidade de São Joaquim/SC onde pernoitaríamos. Via Porto que agora também é Conceito Honda Dream.
Com uma viatura da PRE na abertura do comboio e outra fechando iniciamos nosso rumo a São Francisco de Paula, onde faríamos o primeiro abastecimento. Clima agradável, curvas e curvas foram a curtição desta parte e a turma controlando a ansiedade do começo do Tour. O posto de combustível literalmente fechou com nossa chegada, aliás, isso aconteceu em todos os locais por onde passamos tanto no RS quanto em SC.
Movimento rodoviário nas estradas, apenas no trajeto até a cidade de Taquara. Em Tainhas, entram no comboio 8 motocicletas que tinham descido de Caxias do Sul para se juntar a nós sob a batuta de Jonas Módico, do Atitude Moto Clube.
Conforme íamos subindo em direção a Bom Jesus, as estradas iam ficando cada vez mais nossas. Este trajeto já foi escolhido justamente por isso, beleza, tranqüilidade e por também ser pouquíssimo usado para quem vai para a Serra do Rio do Rastro.
Curvas de longa, de baixa, pontes, rio e campos, e claro, uma pitada de chão batido, apenas 2700 metros, ou seja, a única parte que ainda esta sendo finalizada no asfaltamento neste percurso. O Hotel Camélias em Bom Jesus já nos aguardava preparados é claro para esta turma sedenta de fome, pois a estrada abre apetite. Como tínhamos uma hora e meia para relaxarmos, este foi um momento de descontração geral. Mas não sempre, pois o chato de plantão aqui aproveitou para fazer um briefing do roteiro e da hospedagem.
Um trecho de 60 quilômetros até Vacaria com excelente asfalto, abastecimento para fazermos agora a transição do Rio Grande do Sul para Santa Catarina. De Vacaria a Lages é um trecho muito usado por carretas, o que fez termos cuidados redobrados, além de que a PRE nos deixou na divisa dos dois estados, sobre o Rio Pelotas.
Mesmo assim, tudo ocorreu bem. Contornamos Lages, pois atravessar a cidade com um volume de motocicletas como estávamos rodando, literalmente pararíamos o trânsito.
Apenas uma breve parada para descanso em Lages e seguimos viagem.
Este trecho entre Lages e São Joaquim é cheio de curvas e com belas paisagens serranas. O tempo que tinha se mantido com sol por todo percurso, resolveu se esconder um pouco, mas conforme íamos aproximando de São Joaquim, voltou a brilhar e uma surpresa, tudo molhado na cidade. Em conversa no hotel, descobrimos que choveu e muito a tarde inteira.
Cada grupo se dirigindo ao seu hotel, sim, pois lotamos dois hotéis na cidade. Incomol e Minuano respectivamente. Mas já marcamos às 20h30min o jantar no Terra do Gelo Restaurante. Aí a turma pode realmente relaxar, e claro, novamente lotamos tudo. Mas a estrada tinha deixado todos cansados e cama para todos após jantar, pois no outro dia começaríamos cedo.
Horário de verão chegando e fazendo a turma levantar uma hora mais cedo e café da manhã começando às 07h. E a chuva deu as caras novamente, mas só no amanhecer, depois deu lugar ao sol deslumbrante novamente.
Todos abastecidos e às 8h30min fomos para a estrada novamente. Este trecho entre São Joaquim, Bom Jardim da Serra e a Serra do Rio do Rastro além de belíssimo é extremamente sinuoso, mas como tínhamos folga de cronograma para aproveitar o máximo o visual, foi virando roda, mas mesmo assim, a serra nos deixou marcas.
Em uma das curvas, asfalto molhado fez duas vítimas que graças a nossa baixa velocidade e equipamentos foi um susto, mas bem pregado em nós. Uma Mirage 250 com prejuízos praticamente somente nela e no ego do proprietário e uma Twister 250, este sim, nos causou preocupação. Na queda, Paulo, bateu com o capacete em um carro parado que aguardava o comboio passar. Ele fazia parte da turma de três motociclistas de Passo Fundo que se juntaram a nós em Vacaria. Pela queda e batida, teve que ser imobilizado. Após o primeiro atendimento, foi encaminhado ao Hospital de São Joaquim para a continuidade.
Momento este que PRE de Santa Catarina se fez presente. Mas como as motocicletas estavam todas ok, já foram colocados no Carro de Apoio da Via Porto Honda, que não foi à frente conosco. Ele retornou junto com a ambulância a São Joaquim para acompanhar o atendimento e mais os dois amigos de Passo Fundo, Nicolas e Gelson.
Somente após o trâmite e saber que estava tudo ok, foi à frente. Mas como uma ajuda do destino sempre é providencial, o irmão de Paulo passava na região pegando-o no hospital e no final da tarde, ele já estava em sua casa, em Passo Fundo/RS.
Bom, nesta loucura toda, Jonas Módico a meu pedido, que já conhecia a região fez o trabalho de guia até a Serra. Estávamos a apenas 25 km dela.
Mas toda a descida mesmo assim ficou dentro do cronograma. Chegada às 10h no Mirante e todos curtirem a serra, para somente às 11h30min iniciarmos a descida em comboio.
SENSACIONAL é o que se pode escrever sobre a descida de todos juntos a Serra do Rio do Rastro.
E a Serra, como sempre, com suas variações, ora neblina, ora sol, o que fez as 284 curvas ficarem mais charmosas e todos já com saudades para um novo retorno.
Tratoria Nona Maria em Orleans já nos esperava para o almoço. Novamente, uma hora e meia de parada e, neste momento, nosso carro de apoio já nos alcança com as duas motos no reboque. Geferson da Mirage, veio no conforto da Fiat Dôblo do Apoio, pior foi ter que ouvir dele que só viria se fosse com ar-condicionado ligado, rsrsrsr...
Nosso trajeto de Orleans até Içara com parada para abastecimento foi tranqüilo, pois a região estava bem calma, com pouquíssimo trafego. Para não fugir a regra, posto de combustível lotado com nossa chegada.
BR 101 com seus caminhões pesados, muitos carros, paciência e final de tarde estávamos em Osório. A partir deste ponto, grupo se desfaz, pois como havia várias cidades de origens, cada um toma seu destino.
Curiosidade: Tiveram participantes de 12 anos levados pelo pai aos 80 anos...
Meus caros, este Tour está se tornando tradicional e seria impossível sem o patrocínio da Via Porto Honda com carro de apoio e estrutura, pois devido ao grande número de motocicletas se deslocando juntas, além de ser por trecho extremamente sinuoso da região serrana dos dois estados, não teria como ser executado, nosso muito obrigado.
E seguimos em frente, pois queremos apenas rodar, além de boa gastronomia, atrativos naturais e históricos.
Fonte:Motokando.com/Fotos: Juliana
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