MOTOTAXISTA DE TRÊS LAGOAS/MS
“Muita gente acha que a gente é bandido. Com a lei entrando em vigor seremos reconhecidos como profissionais”. Essa é a afirmação do mototaxista, Silvio David Deleite, que atua na profissão há sete anos. Segundo ele, a classe luta há muitos anos por estas conquistas. “Depois de oito anos saiu do papel e veio para a realidade. Isso será bom porque teremos uma Lei Federal, acima da Municipal. Poderemos debater e questionar as leis atuais e não apenas receber ordens”, comentou.
Ontem de manhã, o Jornal do Povo foi às ruas de Três Lagoas ouvir profissionais que atuam na área, mas grande parte ainda não tinha conhecimento da nova lei,que foi aprovada no Senado, na noite da última quarta-feira.
Ao contário de seus colegas, Silvio David mostrou profundo conhecimento sobre os problemas ligados à profissão, apontado alguns problemas e apontando soluções. Entre as mudanças que devem acontecer na lei municipal, Silvio considerou a mudança de idade e o curso de especialização as medidas mais importantes.
“O que achei mais importante em tudo isso é que a partir de agora os mototaxistas terão que passar por uma especialização para carregar passageiros. Eles pensaram bem, pois estão preocupados com a segurança das pessoas”.
Atualmente Três Lagoas possui 18 empresas e vaga para 215 mototaxistas. Segundo dados passados por Milton, o número fixado pelo Departamento Municipal de Trânsito (DMT), corresponde a uma média de um profissional para cada 400 habitantes.
MUDANÇA
Para Silvio, a principal mudança será o recolhimento do INSS. “Nós seremos profissionais, poderemos ter aposentadoria. Sem contar que se sofremos um acidente teremos apoio”. A regulamentação também facilitará o acesso ao crédito. “Hoje se eu chegar em uma concessionária e disser que sou mototaxista, e que ganho R$1,5 mil eles não vão me vender, pois não tenho comprovante. Pagando os impostos terei retorno e segurança. Não somos amparados como os taxistas, mas a partir do momento que formos regulamentados seremos reconhecidos”.
As melhorias que vem acontecendo gradualmente são marcas do cotidiano dos mototaxistas. Segundo Silvio, por não se reconhecida, a profissão ainda traz muitos problemas como discriminação. “Com a regularização será possível ser reconhecido como profissional e principalmente ter meus direitos assegurados. Antigamente tudo era muito irregular. Por exemplo, aqui a regulamentação permite apenas o uso de motos com até 150 cilindradas, eu gostaria de trabalhar com uma moto maior, fazer viagens. Quem sabe agora isso não seja possível. Outra coisa que muda muito é com relação ao crédito. Nós nunca tivemos como comprovar renda, somos autônomos, não temos holerite, então não podemos fazer financiamentos, por isso estou esperançoso de que muita coisa possa mudar neste sentido, mas com relação à legislação, não acredito que mude muito”.
CLANDESTINOS
“Só a lei não resolve. É preciso fiscalizar. O clandestino só existe porque a população alimenta este mercado. Ele continua irregular porque a população não cobra. Só a lei não resolve o problema”, afirma o profissional.
Para combater os clandestinos os usuários do serviço precisam conferir os dados do profissional antes de contratá-lo. “As pessoas devem conferir se no colete há o adesivo “Ande Legal”, se há a numeração e também exigir a carteirinha que regulamenta a profissão. Só assim, ela irá contratar um serviço responsável e com segurança”.
Com relação aos que trabalham clandestinamente o mototaxista foi enfático. “Com essa lei vai existir mais cobrança e espero também que mais fiscalização, por isso ainda acredito que possa diminuir esse número”.
Fonte:Jornal do Povo
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