12/11/2011

DIFICULDADE DE IR E VIR ATORMENTA QUEM MORA NAS GRANDES METRÓPOLES


Na pesquisa sobre mobilidade, que levou em conta o impacto ambiental e bem estar da população, SP ficou em último lugar entre 9 cidades avaliadas.

A dificuldade de ir e vir de um lugar para o outro é um problema que atormenta quem mora nas grandes metrópoles.

O que era um ponto perdido na paisagem agora é um movimento. A partir deste sábado (5), é das bicicletas a faixa vermelha inaugurada na Zona Sul de São Paulo. A ciclovia jogou para o meio da rua o estacionamento dos carros. Foi invadida por motoqueiros no dia da estréia e provocou discussão.

“O risco de acontecer um acidente e atrapalhar mais o trânsito que já está atrapalhado”, afirma uma mulher.

“Aonde que eu vou colocar as minhas clientes que são milionárias que andam de carro importado. Você acha que as minhas clientes vão andar de salto alto de bicicleta?”, reclama a comerciante Carolina Maluf.

A polêmica é sinal da disputa cada vez maior por espaço, cada vez maior nas cidades brasileiras. Se com a melhora da economia, milhões de carros chegam às ruas a cada ano, a preocupação com meio ambiente e qualidade de vida está obrigando as cidades a repensar os meios de ir e vir.

Apesar de ter ampliado as ciclovias, São Paulo ainda tem poucas em relação ao tamanho da cidade, segundo uma pesquisa sobre mobilidade que levou em conta impacto ambiental e bem estar da população. Entre nove cidades avaliadas, a capital paulista ficou em último lugar, com nota 2. Segundo o levantamento, é lá que as pessoas usam mais carros e motos para se deslocar.

“Automóvel está associado a congestionamento, a perda de tempo, que prejudicam no final de contas a qualidade de vida das pessoas”, diz Thiago Guimarães, coordenador do estudo.

A pesquisa aponta as ciclovias como ponto fraco de Belo Horizonte e Porto Alegre. Em Salvador e Cuiabá, o maior problema é a tarifa de ônibus, considerada cara.

Natal tem poucos ônibus acessíveis a deficientes, um ponto forte de Curitiba. Brasília foi elogiada pelas ciclovias e criticada pelo número de mortes no trânsito.

E o Rio de Janeiro foi considerada a cidade onde há menor impacto ambiental porque mais pessoas usam transporte coletivo.

O mais difícil em São Paulo é convencer o motorista a deixar o carro de lado. Em um ponto, todo mundo concorda. Do jeito que está não dá. “Não há um meio de transporte que vá resolver a situação. Incentivar a combinação de viagens por bicicletas e por meios coletivos de transporte seria uma boa saída para São Paulo”, avalia um morador.

Como não está presente em todas as capitais analisadas, o metrô não foi avaliado nesta pesquisa.

Fonte: Jornal Nacional

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