09/11/2011

MORTES POR ACIDENTES COM MOTOCICLISTAS TRIPLICAM EM NOVE ANOS NO PAÍS

Por ano, morrem mais de dez mil motoqueiros. É fácil flagrar infrações de motos. Segundo especialistas, é necessário aumentar muito a fiscalização.

Ao lado do médico Dirceu Alves, diretor da Associação Brasileira de Medicina do Trânsito, os repórteres Rodrigo Alvarez e Láercio Domingues passaram uma hora acompanhando as manobras dos motoqueiros.

O que mais chama a atenção é algo permitido pelo Código de Trânsito brasileiro: os motoqueiros inventaram uma nova faixa, pelo meio dos carros.

“Foi tirado do Código um artigo que dizia que o motociclista tinha que andar ocupando o espaço como se fosse um espaço do carro”, afirma Dirceu Alves. Diante disso, não é difícil de entender por que morrem mais de dez mil motoqueiros por ano em todo o Brasil.

“Nós podemos caracterizar isso como uma doença epidêmica negligenciada pelos governos. Há necessidade de providências rápidas com intuito de se mudar o comportamento hoje com fiscalização e punição”, afirma o médico.

Para tentar melhorar esse problema em São Paulo, a prefeitura há alguns anos começou a construção de motofaixas em caráter experimental. Os motoqueiros teoricamente só podem transitar por elas, mas basta observar alguns minutos para perceber que não é assim que funciona.

O número de acidentes não diminuiu e a prefeitura de São Paulo não tem previsão pra novas motofaixas. Especialistas dizem que só com um forte aumento da fiscalização será possível reduzir o número de acidentes.

O instituto de ortopedia do Hospital das Clínicas em São Paulo recebe a cada dia, no mínimo, três motoqueiros em estado grave. A fratura exposta no tornozelo interrompeu por três meses a vida de um motoqueiro cheio de sonhos.

“Eu sempre gostei muito de moto, desde criança, a gente nunca pensa que vai acontecer com a gente”, diz Wilson Cardoso, estudante.

“Para cada morte, existem mais quatro que vão ter seqüelas graves. Casos inclusive de amputação, de lesão neurológica grave, que o indivíduo vai arrastar para o resto de sua vida”, declara Marcelo Rosa de Rezende, ortopedista do Hospital das Clínicas - SP.

E se palavras não bastam, imagens gravadas todos os dias não deixam dúvida de que você motoqueiro, é frágil demais.

Fonte: Globo.com/Jornal Hoje



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