29/09/2009
MOTOTAXÍMETRO - APARELHO ESPERA CERTIFICAÇÃO
Invento deve entrar em funcionamento em dois meses. Inicialmente, 120 serão instalados em caráter experimental
Já está em fase de testes o primeiro mototaxímetro do Brasil. O dispositivo foi criado por pesquisadores do Laboratório de Pesquisas Aplicadas ao Desenvolvimento de Automação (Lapada), ligado ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFCE), e será enviado ainda este mês para certificação no Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). "No máximo em dois meses, se tudo correr bem, os primeiros equipamentos estarão funcionando em Fortaleza", garante o professor Anaxágoras Maia, pesquisador responsável pela fabricação do mototaxímetro.
Ele conta que as pesquisas tiveram início há cerca de três anos, a partir de uma idéia de dois alunos do então Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceará (Cefet) que não tinham como arcar com os custos do projeto e nem desenvolvê-lo tecnicamente. "Os bons projetos costumam ser incubados na própria instituição", diz Anaxágoras. E foi o que aconteceu. Logo vieram os primeiros investimentos e o sonho começou a tornar-se real.
O pesquisador Heide Leão, um dos estudantes envolvidos na concepção do equipamento, lembra que o objetivo inicial era criar um computador de bordo para rally, plano logo abortado por conta da inviabilidade comercial: o projeto não resistiu à primeira análise de mercado. "A idéia para o mototaxímetro nasceu despretensiosamente ao observar uma fila de motocicletas estacionadas na rua", revela..
Foi quando ele decidiu pesquisar a legislação local para checar se mencionava algo sobre um taxímetro para motos. "Existe um ponto da Lei 8.004, de 25 de março de 1997, que prevê a utilização de um equipamento que aferisse o valor das corridas feitas pelos mototáxis", revela. No início, os recursos vinham do próprio IFCE, que também cede seus laboratórios. Depois, o projeto passou a ser financiado por uma linha de crédito específica criada pelo Banco do Nordeste.
O principal diferencial, adianta Leão, é que o invento cearense, além do preço, permitirá medir ainda informações como velocidade média e tempo de viagem. Isso, acredita, vai ajudar a melhorar a qualidade do serviço prestado. O invento está patenteado como Sistema de Gestão de dados. Assim que conseguir a certificação do Inmetro, o mototaxímetro começará a ser produzido em larga escala. A capacidade do Lapada é para 500 unidades por mês. Inicialmente serão 120, instalados em caráter experimental. Passada esta etapa, os equipamentos serão comercializados por cerca de R$ 280,00.
APOIO
Para o presidente do Sindicato dos Mototaxistas de Fortaleza, José Valteclar Borges Vieira, a iniciativa vai ajudar a profissionalizar a atividade dos mototaxistas, regulamentada recentemente. "Já estamos trabalhando na conscientização dos permissionários há pelo menos dois anos", declara.
Atualmente, 2.211 permissionários exploram a atividade de mototaxista na Capital. Cerca de 200 atuam na ilegalidade.
A Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza S/A (Etufor) informa, através de sua assessoria de imprensa, que é a favor da implantação do dispositivo, mas prefere esperar a certificação do Inmetro para se pronunciar sobre prazos e condições de instalação. Até o momento, calcula-se que o desenvolvimento do mototaxímetro tenha consumido perto de R$ 200 mil.
FONTE:DIÁRIO DO NORDESTE/CIDADES
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