O número de feridos em acidentes com motocicletas aumentou 10,7% em Curitiba entre janeiro e maio deste ano, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Enquanto nos quatro primeiros meses de 2010 as motos fizeram 1.025 vítimas com ferimentos, em 2011 essa contagem chegou a 1.135 feridos até o último dia de maio – data do levantamento mais recente divulgado pelo Batalhão de Polícia de Trânsito de Curitiba (BPTran). No mesmo período em 2010, 13 motociclistas perderam a vida no trânsito, ante 17 mortes registradas neste ano. Essa estatística leva em conta apenas os óbitos registrados no local do acidente.
O dado mostra que a adoção desse tipo de transporte se tornou um problema de saúde. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Sangari divulgada em abril revela que o número de mortes provocadas por acidentes de moto aumentou 754% entre 1998 e 2008. A conclusão do estudo é de que o motivo da mortandade vai além do aumento da frota: pilotar uma motocicleta tornou-se uma tarefa mais arriscada.
É uma epidemia que acomete principalmente os mais jovens. Os dados do BPTran mostram que 28% das vítimas têm 18 ou 19 anos. O Instituto Sangari também identifica a faixa etária entre 15 e 24 anos como a mais suscetível aos acidentes com moto. ''O custo baixo da motocicleta é um fator que contribui para esse cenário'', identifica o tenente-coronel Loemir Mattos, comandante do BPTran de Curitiba. ''Então a falta de experiência do jovem motorista, aliada à impetuosidade e abuso de velocidade, aumenta em muito o risco'', ressalta.
Para tentar reverter essa tendência, o BPTran estabeleceu parcerias com as revendedoras de motocicletas para que, no momento da compra, o cliente receba orientações sobre direção segura. ''A educação é um processo demorado, e muitos imaginam que é mais fácil desrespeitar as regras a obedecê-las. Porém, além da multa ou punição do agente de trânsito, existem as leis da Física que punem de imediato'', enfatiza. Segundo Mattos, a parceria com o BPTran também prevê que as concessionárias passarão a oferecer manutenção básica das motocicletas a preços mais baixos, para prevenir acidentes por falhas técnicas.
O médico Luiz Carlos Sobania, diretor clínico do Hospital XV de Fraturas, lembra que as características do veículo contribuem para uma ocorrência maior de ferimentos sérios. ''A moto foi desenhada para uma pessoa, apenas. Mas no Brasil temos até mototáxi. Em caso de risco, cada ocupante reage de uma maneira diferente, agravando a queda e o acidente'', cita.
Ele lembra que o uso dos equipamentos de segurança é fundamental para reduzir a probabilidade de um acidente grave. ''O uso do capacete reduz a possibilidade de traumas no crânio e cegueira'', diz. ''Hoje vemos mais lesionados dando entrada no hospital, o que é uma boa notícia. Antes, o número de mortos no local era maior'', diz.
Fonte:Gazeta do Povo
COMENTÁRIO DE FÁTIMA CANEJO
São vários os fatores que contribuem para o aumento de acidentes com moto, além dos abordados nesta reportagem, como, faixa etária entre os jovens de 18 a 24 anos, facilidade na compra da moto, imprudência e falta de domínio com o veículo, vale salientar um item importantíssimo que é o fato da não municipalização do trânsito na grande maioria dos municípios brasileiros, falta de fiscalização e educação contínua por parte dos departamentos de trânsito, principalmente nos municípios do interior dos estados.
Faço aqui uma observação para a análise do Dr. Luiz Carlos Sobania, que se refere a moto como veículo individual, ou seja, só o piloto pode estar sobre a moto não podendo transportar outra pessoa.
A moto utilizada pelo mototaxi é considerada um transporte individual de PASSAGEIRO. Piloto + passageiro, não sendo permitido transportar mais de um passageiro por viagem para não causar o desequilíbrio e fatalmente em caso de risco não contribuir para um acidente.
Quanto ao Brasil ter até mototaxi, é bom que saiba que o mototaxi também existe em diversos países e que veio da Venezuela para cá. O profissional mototaxi não contribui para o aumento das estatísticas de acidentes no trânsito. Muito pelo contrário, quando foi aprovada a Lei 12009/2009 que regulamenta a profissão no País, foi exigido curso e equipamentos de segurança, como também idade mínima de 21 anos de idade e carteira nacional de habilitação - categoria A a pelo menos 2 anos. Infelizmente em muitos municípios, os prefeitos não têm compromisso com o povo, pois o trabalhador continua na informalidade e os Detrans ainda não liberaram o curso obrigatório da Resolução 350 do CONTRAN - CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO para qualificar estes profissionais e melhorar o serviço oferecido à população.
A parceria feita entre o BPTran e as revendedoras de moto com a finalidade de passar para os clientes noções de pilotagem segura, é válida e com certeza ajudará na prevenção de acidentes. Quanto mais informação e qualificação melhor!
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