Antigamente as motos eram todas importadas, vindo pequena quantidade dos Estados Unidos e a maioria da Europa. Isso acontecia porque no Brasil não havia fabricação de motos, mas mesmo assim era grande o número de motociclistas amantes do esporte.
Desde à época já aconteciam muitas competições esportivas, principalmente em São Paulo, e a mais famosa de todas era a competição da tradicional “24 horas de Interlagos”.
Entretanto, em consequência da proibição de continuar a importá-las, inclusive peças e acessórios, o número de motociclistas foi paulatinamente decaindo a ponto de quase desaparecerem.
Mas com a instalação de montadora de motos nos anos 70 em Manaus-AM, houve espetacular retomada do crescimento. Fato esse que contribuiu para aumentar, consideravelmente, o número de usuários.
Graças a essa oportuna e crucial iniciativa, o que estava decaindo a ponto de quase desaparecer reagiu, e passou não só a incentivar e criar novas gerações de motociclistas, como tornou possível a nova modalidade do motociclismo profissional.
Aconteceu que a partir daí, com a garantia de terem boas motos, assistência técnica e peças para imediata reposição, amadores retornaram ao seu inesquecível esporte predileto. Aliado a isso surgiu a utilização das motocicletas para fins comerciais com a pioneira atividade dos motoboys, seguida que foi pela de mototáxis e daí por diante por várias outras atividades. E foi, mediante essas novas criações de profissionais, que o motociclismo deixou de ser somente amadorismo.
Se por um lado o surgimento da classe profissional fez crescer consideravelmente o número de motos e pilotos, por outro lado causou sérios problemas no tráfego das grandes cidades e estradas, por não terem sido estas preparadas para atender essa enorme demanda, atualmente com muitos milhões de usuários. Usuários esses que até, talvez, não tenham sido devidamente orientados para enfrentarem o atual trânsito.
Por outro lado acontece, também, que os novos profissionais embora habilitados e certamente treinados, nem todos amam o esporte, razão de usarem a moto por necessidade e não por prazer, usando-a por isso mais como um meio de vida para seu sustento, inclusive da família, o que é justo, compreensível e até louvável.
Mas se houver um entrosamento maior entre amantes do motociclismo e os simplesmente profissionais, estes sem dúvida passarão a ser também amantes desse maravilhoso esporte. Pois quem senta numa moto e tem a oportunidade de finalmente entender com toda serenidade esse delicioso momento místico de total liberdade, sem dúvida tornar-se-á também um devotado amante.
Mas é preciso entender que esse envolvente carisma existente nas motos só lhes será transmitido se assim o desejarem, ou seja, se finalmente abrirem suas mentes e espíritos para receberem tudo de bom que ela pode proporcionar ao seu dono.
João Cruz
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