Nesta quarta-feira a Sessão de Abertura do 18 ° Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito, contou com a presença das seguintes autoridades e dirigentes e foi animada pela Orquestra Villa Lobinhos que executou o Hino Nacional e um repertório de musicas com temática do transporte público e trânsito. Ás 14:00 horas- Painel 1 - O Uso da Motocicleta no Brasil com palestra de Eduardo Vasconcellos.
- Mario Silvio Mendes Negromonte - Ministro das Cidades
- Ailton Brasiliense Pires - Presidente da ANTP
- Mauro Lopes - Deputado Federal / Presidente da Frente Parlamentar de Transporte
- Hugo Leal - Deputado Federal / Presidente da Frente Parlamentar pelo Transito Seguro
- Julio Luiz Baptista Lopes - Secretario de Estado de Transporte do Rio de Janeiro - SETRANS / Anfitrião
- Alexandre Sansão - Secretário Municipal de Transporte e Trânsito do Rio de Janeiro - SMTR / Anfitrião
- Lelis Marcos Teixeira - Presidente Executivo da FETRANSPOR - Federação da Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro / Vice Presidente da ANTP / Anfitrião
- Joubert Flores - Diretor de Relações Institucionais e RH - Metrô Rio / Vice Presidente da DAL - Divisão América Latina - UITP / Vice - presidente da ANTP / Anfitrião
- Willian Alberto de Aquino Pereira - Diretor Regional ANTP/RJ / Anfitrião
- Romulo Dante Orrico Filho - Coppe-UFRJ / Vice Presidente da ANTP / Anfitrião
- Cláudio de Senna Frederico - Consultor / Vice Presidente da ANTP
- Jose Antonio Fernandes Martins - Presidente do SIMEFRE / Presidente da Fabus / Vice Presidente da ANTP
- Marcos Bicalho dos Santos - Diretor Administrativo e Institucional - NTU / Vice Presidente da ANTP
- Plínio Assmann - Diretor da Brain Engenharia / Vice Presidente da ANTP
- Vicente Abate - Presidente da ABIFER / Vice Presidente da ANTP
- José Ademar Gondim Vasconcellos - Diretor Presidente da ETUFOR - Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza / Presidente do Fórum Nacional de Secretários Municipais e Autoridades de Transporte e Transito
''O aumento da frota de moto no Brasil foi totalmente irresponsável. Quando fazemos uma contabilidade, chegamos à conclusão de que o processo custou a vida de 200 mil pessoas, seja morrendo ou adquirindo uma limitação para o resto da vida. Estamos aqui para discutir o verdadeiro desastre, a insanidade, o problema gravíssimo das motos no Brasil'', pontua Eduardo Vasconcellos, membro da ANTP.
A motocicleta, segundo Vasconcellos, virou problema há muito tempo. ''É, estatisticamente, o veículo mais inseguro, inserido num contexto de políticas totalmente irresponsáveis. Era muita ingenuidade esperar que nada acontecesse. Para se ter ideia, há registros de que na década de 60 tínhamos um morto por motocicleta ao ano. Enfim, o impacto da entrada de uma tecnologia na sociedade é sempre intenso. O fogão a gás, por exemplo, machucou muita gente antes que a sociedade pudesse entender como se utilizava. A questão é: até quando podemos aceitar isso como natural ou não. No caso especial da motocicleta, é a vida que corre risco'', diz.
O desenvolvimento material a qualquer custo, segundo o cientista político, é o grande culpado desse crescimento desordenado. ''O acidente é o preço do progresso. Esse populismo praticado gera empregos, liberta os pobres e provoca uma ilusão. É lógico que a moto tem inúmeras vantagens, mas ninguém fala nos enormes problemas que essa ‘evolução’ causou. As pessoas não sabem realmente o que está acontecendo'', provoca.
Vasconcellos reconhece os avanços conquistados pelo novo Código de Trânsito Brasileiro. ''Tivemos grande redução de mortes com o novo CTB, em 97, mas o lobby de empresas de moto do Japão migrou o hábito de usar moto nos finais de semana para o status de uma modalidade de transporte'', conduz o especialista.
Os maiores problemas práticos, segundo o diretor da comissão de meio ambiente da ANTP, são porque ''não existe mágica que faça o motociclista ficar segura, é um veículo extremamente vulnerável'', aponta. Segundo um estudo da CET/SP, apresentado por Vasconcellos, 43% dos motociclistas morrem sozinhos, 28% dos acidentes fatais envolvem motociclista, pedestres e ciclistas e, ainda, 38% desrespeitam a velocidade, ''ou seja, há a cultura de desrespeito, da impunidade por parte dos motociclistas'', conclui.
Interesses econômicos e políticos imensos, cultura da impunidade, radicalização dos conflitos, culminando na antropologia dos grupos e despreparo dos técnicos brasileiros para este tema específico são, segundo o especialista, os maiores obstáculos. ''Os engenheiros de trânsito do Brasil, que estão entre os melhores do mundo, nunca estudaram esse problema, porque ele é relativamente novo. Nós precisamos aprender com os asiáticos, já que as motos chegaram antes dos automóveis naquela localidade'', sugere.
Fonte:Assessoria Perkons
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